Por Frei José Lucinaldo da Silva, OFM.
O
dia do nascimento de Jesus Cristo conferiu a terra um aspecto inteiramente
novo, a julgar com reto juízo quem conhece o natal, ele é o principio de uma
vida nova e de todas as potencialidades da vida; findaram os tempos em que os
homens lamentavam de terem nascidos. Seu nascimento confirma as esperanças dos
profetas do Antigo Testamento; não só ele superou as boas obras de um tempo
anterior, como é impossível que outro maior que ele possa surgir. No dia de seu
nascimento iniciasse uma nova era e mesmo assim depois de longos anos ele ainda
continua procurando pousada em seu coração.
Foi imanado
por esse espírito que em 1223, São Francisco de Assis relembrou a cena do
nascimento de Jesus Cristo, criando o primeiro presépio vivo na
cidade Italiana de Greccio. A ideia surgiu enquanto lia um trecho do evangelho
escrito por São Lucas que lembrava o nascimento do nosso Salvador.
A palavra presépio (em hebraico ebus e urvã; em latim prasepium) significa em hebraico “a manjedoura dos animais”, mais também
o termo é usado frequentemente para indicar o próprio estábulo. (Coleção Pensamentos
de Sabedoria. A arte de Viver. P, 26). Segundo o evangelista (São Lucas 2,12),
Jesus ao nascer foi reclinado em um presépio
que provavelmente seria uma manjedoura das que existiam nas grutas naturais
da palestina, utilizadas para recolher animais.
Bem como falei a reconstituição da cena do
nascimento de Cristo tem origem remota a partir de são Francisco de Assis.
Assim narra o seu primeiro biografo (Tomás de Celano, 1229. Vida primeira),
dizendo: “A manjedoura que o Santo fez era cheia de feno e foram colocados
perto dela um boi e um burro. Acima da manjedoura foi improvisado um altar e
nesse cenário ocorreu a missa da meia-noite, na qual o próprio Santo com
vestimenta de diácono cantou solenemente o Evangelho juntamente com o povo
simples e pronunciou um comovente sermão sobre o nascimento do menino Jesus”.
Também
um dos presentes teve a visão de que na manjedoura dormia uma criança e que São
Francisco aproximou-se dela acordando-a. Assim estava, pois reconstituído o
histórico ato do nascimento de Jesus Cristo, que de maneira inédita, religiosos
convidados e as pessoas humildes do povoado festejaram com sentimento de
alegria a festa do Salvador.
Passado
mais de 30 anos a cena foi descrita por São
Boa Ventura e posteriormente outros autores ampliando a descrição,
mencionaram que eram esculpidas as figuras do menino, da virgem e de São José.
O certo é que a descrição de Tomás de
Celano deu origem a diversas representações esculpidas. E hoje nas igrejas
e nos lares cristãos de todo o mundo são montados presépios recordando o
nascimento do menino Jesus, com lindas imagens de madeira, barro ou plástico em
tamanhos diversos. Assim o presépio decorrido tantos séculos, continua sendo uma
das mais preciosas e comoventes tradições da festa de natal reunido pela fé
cristã, homens, mulheres e crianças.
Cada
um dos elementos que circunda este nascimento tão simples tem um papel muito
importante: A sagrada família, os reis magos, os pastores, as ovelhas, o boi e a
vaca. São símbolos desta noite de alegria e também da humildade e dos futuros
sofrimentos de Cristo. Os anjos aparecem aos pastores de Belém contando que
Jesus havia nascido e louvando a Deus. Estas figuras são geralmente
representadas com instrumentos musicais na suposição de que estejam cantando
preces em louvor a Jesus.
Os
pastores foram os primeiros adoradores de Cristo. Ligados a eles estão os
carneiros, mansas criaturas as quais muitas vezes são utilizados para
simbolizar Jesus Cristo como o cordeiro de Deus ou o pastor das ovelhas. Nessa
mesma noite sagrada, uma estrela andou pelo céu e se localizou em cima da
manjedoura, transformando-se no guia que dirigiu aqueles que acreditaram no nascimento
de Cristo.
Também
na mesma noite o filho de Deus recebeu a visita de três reis magos que foram
levados pelo brilho da estrela que os guiavam, suas visitas foram profetizadas
na Bíblia em Isaías como reis levando presentes de incenso, ouro e Mira para o
Salvador.
Tudo
aconteceu num lugar simples e pobre e a grande importância do acontecimento
impôs-se por si mesmo sem festa ou alarde. E é isso que tentamos conservar até
hoje. Não importa que alguns costumes tenham sofrido alterações, o importante é
relembrar sempre que este símbolo do Natal, o presépio, é a comemoração da segunda maior festa cristã, a do nascimento do
nosso Salvador.
Fontes Bibliográficas:
A Bíblia de Jerusalém - Novo Testamento, Edições Paulinas, 1973.
MENDES JAQUELINE A arte de Viver - A essência da Sabedoria
dos Grandes Gênios de Todos os Tempos. Edição Martin Claret, 1996.
Fontes Franciscanas – Coordenado Geral Dorvalino Francisco Fissini /
Santo André, SP. Editora, O mensageiro de Santo Antônio 2004.
0 comentários:
Postar um comentário