Frei
José Lucinaldo da Silva, OFM.
As
fontes franciscanas ensinam que os primeiros irmãos sentiam necessidade de
formar fraternidade de vida em torno de São Francisco e manter entre si um
contato permanente. Sentiam-se impulsionados a partilhar suas experiências com
os irmãos quando voltavam de suas viagens missionárias. Era comum o colóquio
entre eles quando se fazia necessário realizar determinados trabalhos ou
tarefas da missão. Anualmente se reunião em capitulo, com propostas bem nítidas
de aprofundar a observância do santo Evangelho e da Regra, determinarem suas
tarefas e não esmorecerem no meio de suas fraternidades. (Cf. 3C, 57-59).
Nesse contexto, o encontro das
casas vizinhas é um meio extremamente valioso para alimentar o convívio dos
irmãos e possibilitar sua busca de experiência na fidelidade do seguimento ao
santo evangelho, a que se pressuporão.
Com outras palavras tal encontro é
um instrumento que ajuda as fraternidades e os irmãos, a compreender e a viver
melhor sua vocação franciscana. E quanto mais ativa e instrutivamente os irmãos
participarem na busca da vontade de Deus e do bem da fraternidade, tanto mais
frutuoso se tornara para as mesmas. Assim os confrades reunidos poderão
experimentar o quanto sua vida com Deus e com a comunidade está impregnada da
vocação cristã e franciscana.
Ao contrario, a experiência mostra
também que quanto mais raramente os irmãos se reunirem para a oração e para a
reflexão em comum de sua vida, como irmãos de São Francisco, no seguimento de Cristo,
tanto mais fraca e frágil se torna a relação entre eles. Assim esse encontro promove-nos
e fortalece nossa unidade interna e externa.
Acresce ainda que o encontro das
casas vizinhas é para cada irmão um acertado espaço de contribuição para a
renovação constante da vida religiosa. Dessa forma somos convidados a fazer
frutificar os carismas especícos e benefícios em prol de toda a fraternidade
provincial. Também somos motivados a partilhar nossos sentimentos, medos,
preocupações e dificuldades como Francisco o desejava de seus irmãos (Cfr. Cap.
VI da Regra).
O certo é que a realização do
carisma Franciscano necessita de estruturas claras e execuções reais. Onde elas
existem e funcionam, os confrades experimentam a bênção de tais estruturas. Se
elas, porém, são fracas ou até inexistentes, torna-se visível o prejuízo para a
fraternidade e para cada irmão em particular. Ainda que o encontro das casas
vizinhas não seja a única forma da expressão do carisma Franciscano, é sem
dúvida uma possibilidade singular que os irmãos encontram para alimentar a
solidariedade fraterna em cristo e a busca comum da vontade do Deus encarnado
em nosso meio.
Concluo lembrando, que todos nós
somos responsáveis para renovar a vida da fraternidade no espirito do Evangelho,
a partir da correção fraterna, da abertura para um dialogo e na escuta humilde
do que Deus quer dize para nós, em cada situação que nos é partilhada pelos nossos
confrades.
Paz
e bem!
0 comentários:
Postar um comentário